
O lambe-lambe
lambe o tempo
(como se o tempo fosse
uma bala, um doce)
e vai pregando seus retratos.
No canto da praça
um velho, um menino,
lado a lado
o mesmo desbotado sorriso.
Atrás do panp preto
o lambe-lambe
e seus misteriosos pensamentos:
onde foi foi parar a moça
que ele fotografou um dia?
A moça rasgou seu coração
como uma velha fotografia
e partiu junto com o vento.
Num canto da praça
o lambe-lambe
e sua estranha galeria.
Roseana Murray
Eu sempre irei amar esse poema!
ResponderExcluir