19 de jan. de 2009

O casamento da Malhada


No casamento da Malhada
veio toda a bicharada
que mora lá na roça.
Vou contar sem muita prosa
como foi essa festança...

Teve música caipira,
cantoria de viola,
foguetório, busca-pé
e muito arrasta-pé...

Tinha uma enorme fogueira
que em brasas se ardia
crepitando a noite inteira
até o raiar do dia.

Enquanto rolava a dança,
a bicharada da roça
enchia também a pança...
Nossa, que comilança!
Chego a ficar enjoada!

No casamento da Malhada
tinha milho e coalhada,
tinha pipoca e paçoca
feita de amendoim,
tinha também aipim
(que é o mesmo que mandioca).
O bolo confeitado
foi o doce mais provado
por todos os convidados.

Para acompanhar a comida
foi servida a bebida:
quentão de gengibre e canela,
vinho quente, aguardente,
suco e refrigerante
para crias e donzelas.
Para os filhotes lactentes
não faltou o sagrado leite!

Depois que se divertiram,
os bichos se enfileiraram
em torno do arraial
para cumprimentar o casal.
Na frente estava a boiada
seguida dos outros quadrúpedes,
depois vinham os bípedes,
anfíbios e animais domésticos;
sobrevoando a bicharada
estavam as aves e insetos.
No final desse cortejo
se via os animais do brejo.

Essa história envolvente
de um casamento rural
entre o touro Cintilante
e a vaca de nome Malhada,
sucedeu lá no curral
da Fazenda Aritana
numa noite enluarada.
Foi tudo muito bacana!

Valéria Aparecida Tarelho

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