31 de jan. de 2012

PIÃO

Roda, roda
meu pião
Bem encima da minha mão.

ARANHA TATANHA

Aranha tatanha
Aranha tatinha
Aranha que arranha
A minha casinha.

ORAÇÕES

Anjo da minha guarda,
Doce companhia
Não me desampares
Nem de noite, nem de dia.

Fotos de anjo da guarda

Meu bom Jesus verdadeiro
Filho  da Virgem Maria
Me acompanha esta noite
E amanhã por todo dia.



Com Deus me deito
Com Deus me levanto
Com graça de Deus
E do Espírito Santo.



Anjo da minha guarda,
Que me  protege e ilumina,
Ajude-me todo dia
A ser uma boa menina.

PEIXE

Peixe, peixinho
Me ensina a nadar
Quero ver as belezas
Do fundo do mar.

JANGADA

Minha jangada do vale?
Que vento queres levar?
Aqui no meio das ondas
Das verdes ondas do mar.
(Juvenal Gelano)

GATA XADREZ

É branca a gata gatinha,
É branca como a farinha.
É preto o gato gatão,
É preto como o carvão.
Os filhos, gatos gatinhos,
São todos aos quadradinhos.
Os gatinhos branquinhos
Fazem lembrar a mãe gatinha,
Que é branca como a farinha.
Os quadradinhos pretinhos
Fazem lembrar o pai gatão,
Que é negro como o carvão.
Se é branca a gata gatinha
E é preto o gato gatão,
Como é que são os gatinhos?
- Os gatinhos, eles são,
São todos aos quadradinhos
(Sidónio Muralha)

BOA NOITE

A zebra quis ir passear
mas a infeliz foi parar a cama
- Teve que se deitar
porque estava de pijama.

FOLHINHA VERDE

Folhinha verde
Está quietinha
Parada no ramo
sem balançar.
Vem o vento ligeirinho
Sopra de lá
Sopra de cá
Folhinha verde
balança no ramo
Prá lá
Prá cá
Prá lá
Prá cá.

29 de jan. de 2012

ELFOS

Elfos comem o perfume
das flores trazido pelo
vento,
comem os mais belos
pensamentos,
e as cores do dia
que o galo faz.
Comem o canto do galo,
as melodias dos pássaros
azuis,
comem a luz que cintila
na folha cheia de orvalho.
Elfos comem a sombra da lua,
o brilho da estrela
que já não existe mais.
das flores trazido pelo vento,
comem os mais belos pensamentos,
e as cores do dia que o galo faz.
Comem o canto do galo,
as melodias dos pássaros azuis,
comem a luz que cintila
na folha cheia de orvalho.
Elfos comem a sombra da lua,
o brilho da estrela 
que já não existe mais.
(Roseana Murray)


FADAS E BRUXAS


Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com a lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorrí;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo, 
a outra sonha acordada.
(Roseana Murray)

28 de jan. de 2012

AS FADAS

Hoje, convidei as fadas
para alegrar você.
Ah! Fadas existem
Vivem a nos presentear.
Nas manhãs,
tocam os botões
que perfumam os jardins.
Fazem as ondas no mar dançar
e tingem o céu de anil.
Nas tardes, conduzem
os pássaros que
voam rumo ao ninho.
Nas noites...
Pincelam o céu de estrelas
pra ver a lua sorrindo.
E voam ao seu redor...
Cobrem de luz o seu cantinho...
(Sirlei L. Passolongo)

UMA ESTRELINHA

No céu tem muitas estrelas
Pontos luminosos e piscantes
Certa noite, encontrei
Uma estrelinha falante!

Distante das outras estrelas
A estrelinha vivia sozinha
Prometi todas as noites
Contar-lhe histórias belas.

Minhas noites são mais alegres
E a estrelinha não mais tristonha
Agora, dorme comigo, fingindo-se de fronha
Para alcançá-la, fico na ponta dos pés.
(Rosângela Trajano)


A NATUREZA

Rosas e margaridas são belas
Um enorme girassol
Dando bom dia ao sol
Há tantas abelhas e colméias!

Tudo é perfeito na natureza
Água doce e salgada
Espetáculo e proeza
Pelo homem invejada.

É o canto dos pássaros
É o arco-íris no céu
É o verde das florestas
São os animais em festas.
(Rosângela Trajano)


 

A ESCOLA

Na minha escola
Tenho muitos amiguinhos
Lá, estudamos com carinho
Fazemos silêncio na hora da aula.

Mas é só tocar o intervalo
Para o barulho começar
Brincamos com cuidado
Para ninguém se machucar.

Nossa professora querida
Ensina com paciência
Ela parece uma menina crescida
Canta com alegria.
(Rosângela Trajano)

PALHAÇOS

No circo tem palhaços
Que faz a gente sorrir
Eles são muito engraçados
Não deviam partir.

Meio atrapalhados
Tropeçam nos grandes sapatos
O público dá ouvidos
As suas cornetas e apitos.

Palhaços têm cara pintada
E nariz redondo
É a alegria da garotada
Vê-los, no palco, brincando.
(Rosângela Trajano)




CARROSSEL

Gosto de brincar no carrossel
Com botas e chapéu de couro
Só me falta o troféu
Para desfilar com o tesouro.

São cavalos de madeira
Em parques de diversões
Divertidas brincadeiras
Desperta em mim emoções.

Um dia, quando crescer
Quero um cavalo de verdade
Embora não queira esquecer
Meu carrossel na saudade.
(Rosângela Trajano)



A CHUVA

Gosto de olhar a chuva
A escorregar pela rua
Na esquina fazer uma curva
Esconder o sol da lua.

Pingos de chuva caem
Pelas janelas de vidro
Curioso dou espiadas
Nas pessoas agasalhadas.

A chuva deixa mais verde
As árvores dos canteiros
Os açudes sem sede
Sorrisos nos lírios dos jardineiros.
(Rosângela Trajano)

Menina Na Chuva

BARQUINHO DE PAPEL

Sou um nobre capitão
De um barquinho de papel
Que navega nas minhas mãos
Distante da terra e do céu.

Nesse primeiro cruzeiro
Levo papai e mamãe
Minha tripulação é pequena
Querem levar o guarda-roupa inteiro.

Serei um grande marinheiro
Quando mais tarde crescer
Meu barquinho de papel
No meu coração vai viver.


MINHA PIPA

Tenho uma pipa colorida
Presa a um tubo de linha
Quando o vento começa
Vejo minha pipa no céu, sozinha.

Papai me falou algo sério
Que não posso soltar pipa
Em ruas com fios elétricos
Isso muito o preocupa.

Então procuro um lugar
Onde a minha pipa possa voar
E a ninguém machucar
Cada vez mais alto vê-la chegar.
(Rosângela Trajano)




FOLHINHAS SECAS

Levem consigo
A letra mal feita
O que me magoa
E essa suspeita.

Folhinhas secas
Levem consigo
A mentira dita
Ao meu amigo.

Folhinhas secas
Levem o amolecer
O que não sou
O medo de ser.
(Rosângela Trajano)


O CARNAVAL

Vou vestir a fantasia
A mais bonita é a minha
Me encher de alegria
Da bateria serei a rainha.

Confetes e serpentina
Muito samba no pé
Poderei ser bailarina
Ou aquilo que quiser

Escolas de samba na avenida
Belos carros de alegoria
Enredos que falam da vida
Carnaval é muita folia!
(Rosangela Trajano)


CELEIRO

Eu sou um pássaro,
Chamado João,
celeiro de profissão.
Trabalho com ele.
Componho comem ele
Construo com ele.
E a ele me agarro.
Eu sou o pássaro João de Barro.
E todos me chamam
João, João.
Celeiro de profissão.
(Desconheço o autor)

TUCANO

Tucano eu sou
tucano eu fico
Se gostou ou não gostou
Do tamanho do meu bico.
(Desconheço o autor)

CONVERSA DE TATUS

Quando um tatu
encontra outro tatu
tratam-se por tu:
- Como estás tu,
tatu?
- Eu estou bem e tu,
tatu?
Essa conversa gaguejada
ainda é mais engraçada:
- Como estás tu,
ta-ta, ta-ta,
tatu?
- Eu estou bem e tu
ta-ta, ta-ta,
tatu?
Digo isto para brincar
pois nunca vi
um ta, ta-ta,
tatu
gaguejar.
(Sidónio Muralha)


MOSQUITO

O mundo é tão esquisito:
Tem mosquito
Ele é inseto
Mais indiscreto
da criação
Tocando fino
Seu violino
Na escuridão.


O ELEFANTE

Que coisa tão curiosa!
Causa espanto a toda gente!
Por trás, tão curto  rabinho,
Tromba, tão GRANDE, na frente!...
(Hilaire Belloc)

NATAL

Bimbalham sinos, festivamente?
- Dizei, estrelas, o que aconteceu?
Por que tão doce, grato sinal?
E as estrelinhas, sem luz, tremente,
Respondem firmes: " - Jesus nasceu! "
E o eco repete, mais docemente:
- "Jesus  nasceu! Natal! Natal "
(Tiquinho)

27 de jan. de 2012

COSTURA

Tenho agulha
Tenho linhas
Tenho fazendas bonitas
Vou fazer um vestidinho
Todo enfeitados com fitas
Com uns bordadinhos na frente
Uma faixa na cintura
Três babadinhos embaixo
Ó que boa correntura
Quem quiser saber meu nome
Dê uma volta no jardim
O meu nome está escrito
Lá na folha do jasmim.
(minha mãe - Anita, declamou na escola)

23 de jan. de 2012

primavera

Já é primavera,
E a grama verdinha,
Pintada de flor
De tudo que é cor,
Parece paleta,
De um grande e notável,
Divino pintor!...
(M. de L. Figueiredo)

21 de jan. de 2012

NUM PESCAR ESTRELAS...

- Assim que anoiteceu, saiu para pescar. Peixes não, estrelas.
Afastou-se da casa, atravessou um campo até o seu limite.
Na linha do horizonte, sentado à beira do céu,
abriu a caixa das frases poéticas que havia trazido como iscas.
Escolheu a mais sonora, prendeu-a firmemente na rebarba luzidia.
Depois, pondo-se de cabeça para baixo, lançou a linha no imenso azul,
deixando desenrolar todo o molinete.
E, paciente, enquanto a Lua avançava sem mover ondas,
começou a longa espera de que uma estrela viesse morder o seu anzol
(Maria Colassanti)

A DOÇURA

Anita vende a doçura em frascos. Enche-os 
de compota de fruta, tapa-os e cola-lhes uma etiqueta, mas, em vez de escrever compota disto ou compota daquilo, de mirtilos ou de pêssego, de marmelo ou de morango, arredonda a letra e escreve apenas Doçura. Senta-se no passeio com os frascos defronte, expostos no asfalto, junto aos pés, e não lhe faltam clientes. A compota vende-se muito bem e ninguém regressa para reclamar: quem compra julga que a doçura está toda 
nos olhos de Anita.

[...] Às vezes, pensando nisto, Anita ainda se entristece. Olhando-a a partir da minha janela do país onde é 
quase sempre Inverno, vejo que as estrelas se lhe reflectem no orvalho dos olhos. Vejo isto e enterneço-me. Daqui longe fecho os meus olhos e sussurro bem baixinho a única verdade que existe – para que ela a oiça: que não há no mundo todo maior poema do que vê-la, sentada no passeio, a vender a Doçura que tem nos frascos. E nos olhos.

(Manuel Jorge Marmelo)

OS PROFESSORES DE MINHA ESCOLA

A professora de Matemática,
com suas contas complicadas,
falando em equações,
no Teorema de Pitágoras.
A professora de Português,
com seu modo indicativo,
falando em advérbios,
interjeições, substantivos.
A professora de Geografia,
com seus complexos regionais,
falando em sítios urbanos,
em pontos cardeais.
A professora de Ciências,
com seus ensinamentos ecológicos,
falando em evolução,
em estudos biológicos.
A professora de História,
com seus povos bizantinos,
falando na Idade Média,
no Imperador Constantino.
A professora de Inglês,
com seus don’t, do e does,
falando no personal pronouns,
na diferença entre go e goes .
A professora de Artes,
com suas obras e seus artistas,
falando em artes ópticas,
em pintores surrealistas.
O professor de Educação Física,
com suas regras de voleibol,
falando sobre basquete,
em times de futebol.
Os professores da minha escola,
com suas matérias que às vezes não entendemos,
falando em todas as coisas,
que aos poucos vamos aprendendo.
(Clarice Pacheco)
                            

VIAJAR PELA LEITURA

Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.
É uma pena que só saiba disso
quem gosta de ler.
Experimente!
Assim, sem compromisso,
você vai me entender.
Mergulhe de cabeça
na imaginação!
(Clarice Pacheco)
         

ARCO-ÍRIS

O arco-íris
que brota do chão
sete cores o enfeitam
parece pintado à mão.
O arco-íris
será um dia
um grande escorregador
de alegria.
O arco-íris
não há mais nada a dizer
além de um sonho
o que mais pode ser.
(Clarice Pacheco)

CADERNO DE POESIAS

Caderno de Poesias
é um belo lugar.
Tantas coisas lindas
que eu gostaria de falar.
Eu falo em forma de versos
para todos poderem escutar.
Agora você já sabe
porque os poetas passam os dias
escrevendo em seus cadernos de poesias.
(Clarice Pacheco)

VASSOURA DO CÉU

Nos dias de chuva,
Quando há muito vento,
O céu, que é azul,
Se torna cinzento.
E as árvores altas,
De chuva encharcadas,
As nuvens cinzentas
Se põem a varrer;
E o céu, novamente,
Azul volta a ser!...
(Doroty Aldis)

CASA DO VENTO

Onde mora o senhor Vento?
Por favor venha dizer
A este pobre menino.
Desejo tanto saber...

Será que ele vem do céu?
Será que ele vem do mar?
Ou será doce mistério
Que não devo perguntar?...
(H. P. Vieira)

CHUVA

Está chovendo. Caem pingos.
Nos navios, nas calçadas,
Nos guarda-chuvas abertos,
Nos campos e nas estradas...
(Robert Louis Stevenson)

ORAÇÃO DA PRIMAVERA

Que a primavera nos traga,
pelo perfume das flores e das ervas,
pelo canto das aves e o zumbido dos animais,
a percepção de um modo único e sagrado.
Que a primavera nos traga, pelo murmúrio dos riachos e nascentes,
pela brisa suave que nos traz as vozes das árvores,
a noção de que o Amor entre as criaturas da Terra é o Caminho para que todos cresçamos.
Que a primavera nos traga, pelo calor confortável do sol sobre nossas cabeças e pela luz brilhante a refletir nos lagos e na relva úmida,
a ciência de que somos responsáveis por tudo o que nos rodeia,
e pela restauração da Vida.
Que as flores venham!
Que venham os pássaros!
Que venha a Primavera!
Que tudo seja doce e florido!
Que a cada dia tenhamos alegria e prazer de viver!
Que assim seja, que assim se faça!
(Desconheço o autor)

SETEMBRO

Lindas flores, agora, estão nascendo:
Rosas, hortênsias, lírios, a enfeitar
Os verdes campos de capim novinho...
E, se você muita atenção prestar,
Há de ouvir, certamente, a primavera
Com a voz do vento, alegre, a gargalhar!...
(Eunice Tietzens)

 

QUERIA SER UM FAROL

Queria ser um farol
Todo branco, bem branquinho.
Acordado a noite inteira,
Iluminando o caminho.
Nas noites de temporal,
Os navios me veriam
E, seguindo a navegar,
Nas rochas não bateriam...
(Rachel Field)

O gardião da noite acompanhado pela lua cheia.
(Farol de Santa Marta - Laguna - Santa Catarina / foto de Carlos Thomas)
Carlos Thomas

18 de jan. de 2012

TEMPESTADE

- Menino, vem para dentro,
olha a chuva lá na serra,
olha como vem o vento!

- Ah! como a chuva é bonita
e como o vento é valente!

- Não sejas doido, menino,
esse vento te carrega,
essa chuva te derrete!

- Eu não sou feito   de açúcar
para derreter na chuva,
Eu tenho força nas pernas
para lutar contra o vento!

E enquanto o vento soprava,
Enquanto a chuva caía,
que nem um pinto molhado,
teimoso como ele só:

- Gosto de chuva com vento,
gosto de vento com chuva!
(Henriqueta Lisboa)

CANTIGA

Ó peixe, peixinho,
Me ensina a nadar,
Quero ver belezas
Do fundo do mar.

Vem tu, passarinho,
As asas me dar
Para eu ir bem alto
A voar, voar.

Já estou enjoado
De na terra andar;
Novas aventuras
Eu quero tentar.

Não, não passarinho,
Não quero voar;
Caçador malvado
Me pode matar.

É melhorar na terra
Eu querer ficar,
E com que o que tenho
Eu me contentar.
(Maria de Sousa Silveira)

INFÂNCIA

 Meu pai montava a cavalo, ia para o campo.
Minha mãe ficava sentada cosendo.
Meu irmão pequeno dormia.
Eu sozinho menino entre mangueiras
lia a história de Robinson Crusoé,
comprida história que não acaba mais.

No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu
a ninar nos longes da senzala – e nunca se esqueceu
chamava para o café.
Café preto que nem a preta velha
café gostoso
café bom.

Minha mãe ficava sentada cosendo
olhando para mim:
- Psiu... Não acorde o menino.
Para o berço onde pousou um mosquito.
E dava um suspiro... que fundo!

Lá longe meu pai campeava
no mato sem fim da fazenda.

E eu não sabia que a minha história
era mais bonita que a de Robinson Crusoé.
(Carlos Drummond de Andrade)

17 de jan. de 2012

BOSQUE DA POESIA 2010...

Glitter Photos

BAILE DE INVERNO

Havia um baile de alegres rosas,
Jasmins, hortênsias, e a par e par
Esguios grilos e mariposas
E outros insetos. Tudo a bailar.

Música - uns finos leves arruídos,
Flébeis violinos, flautins, rabis,
Imperceptíveis aos teus ouvidos
E aos meus ouvidos, por tão subtis.

Frio de serra no mês dos frios,
Lívido em meio da névoa o luar,
E enamorados e em rodopios
Flores e insetos tudo a bailar.

Súbito param: dentre a ramada
Um som tristíssimo, um ai. Passou.
Foi nada, apenas foi de cansada
Uma camélia que desmaiou.
(Alberto de Oliveira)

CANÇÃO DOS TAMANQUINHOS

Troc... troc... troc... troc...
ligeirinhos, ligeirinhos,
Troc... troc... troc... troc...
vão cantando os tamanquinhos...

Madrugada. Troc... troc...
pelas portas dos vizinhos
vão batendo troc... troc...
vão cantando os tamanquinhos...

Chove. Troc... troc... troc...
no silêncio dos caminhos
alagados, troc... troc...
vão cantando os tamanquinhos...

E até mesmo, troc... troc...
os que sedas e arminhos,
sonham troc... troc... troc...
com seu par de tamanquinhos...
(Cecília Meirelles)

HISTÓRIAS AO VENTO

O vento correndo
Assoviando, gritando
Que vira a lua nascendo,
Que vira a estrela brilhando,
Que o beija-flor vira voando,
Que vira o rio cantando
E o fruto amarelando.
Que vira o orvalho caindo
Sobre a relva e sobre a flor,
Que vira a abelha zumbindo
Dentro das pétalas em cor.
Que vira a semente no chão,
Nas águas, o peixe mudo,
O pastor tangendo as ovelhas
Cantando por nada e por tudo.
O vento veio correndo,
Assoviando, cantando
Que vira o mais belo do mundo:
Uma criança nascendo,
Uma criança brincando,
Uma criança sorrindo, vivendo,
Uma criança cantando.
(Adalgisa Nery)


15 de jan. de 2012

ANÕEZIMHOS

Dois anõezinhos valentes,
Armados com suas lentes,
Todas as flores olharam,
E muitos insetos acharam.
(H. P. Figueiredo)

VAGA-LUMES

Estas vendo irmãozinho,
Quantas luzinhas voando,
Iluminando
A escuridão?

São vaga-lumes, maninho,
Parecem estrelas, fugindo,
Subindo,
Para a amplidão.
(M. de L. Figueiredo)

LAGARTA

Tão engraçada , a lagarta!
Feia, preta, igual não há...
Mas, quando o tempo esquentar,
Borboleta, então será.

Dança, ligeira - tão linda!
A borboleta amarela.
Já foi um dia lagarta,
Feiosa como só ela...
(Lillian Schulz)

PASSEIO NO GAFANHOTO

Gafanhoto, gafanhoto,
Me leva a passear,
Podes ser um bom cavalo,
Como o canguru saltar.
(H. P. Vieira)